Como transformar salário CLT em PJ?
Neste artigo você vai ver:
- Como transformar salário CLT em PJ?
- Como chegar a um valor justo de remuneração de CLT para PJ?
- O que é trabalhar em regime PJ?
- Quais as diferenças entre regime PJ e CLT?
- Por que PJ ganha mais?
- O que preciso para ser um PJ?
- É possível ser CLT e PJ ao mesmo tempo?
- Como organizar as finanças e não misturar gastos CNPJ com gastos pessoais?
Para transformar salário CLT em PJ, você precisa considerar tudo o que deixaria de receber com carteira assinada, como férias, 13º salário, FGTS e INSS, e também os custos para manter um CNPJ, como impostos, contador e pró-labore.
Entender como converter salário CLT em PJ é, na prática, usar o valor total que seria pago com carteira assinada como base para calcular quanto cobrar como pessoa jurídica. Esse cálculo ajuda a manter o mesmo nível de renda, já considerando os direitos que você deixa de receber como CLT.
Neste artigo você vai ver:
- Como transformar salário CLT em PJ?
- Como chegar a um valor justo de remuneração de CLT para PJ?
- O que é trabalhar em regime PJ?
- Quais as diferenças entre regime PJ e CLT?
- Por que PJ ganha mais?
- O que preciso para ser um PJ?
- É possível ser CLT e PJ ao mesmo tempo?
- Como organizar as finanças e não misturar gastos CNPJ com gastos pessoais?
O modelo de contrato PJ pode ser vantajoso para os dois lados. Para a empresa, há menos burocracia e custos, já que não precisa pagar encargos como FGTS e outros benefícios previstos na CLT.
Já o profissional que atua como PJ tem a autonomia para prestar serviços para mais de uma empresa simultaneamente, o que pode elevar o faturamento.
Porém, vale ressaltar que essa contratação entre empresas não pode configurar pejotização, ou seja, manter vínculo empregatício por meio de um contrato PJ, visando reduzir os encargos pagos com empregados. Essa prática é considerada crime, visto que reduz os direitos do funcionário e beneficia a empresa contratante financeiramente.
Assim, a contratação entre empresas deve ocorrer sem vínculo empregatício, desde que não haja habitualidade, onerosidade, pessoalidade e, principalmente, subordinação.
Por isso, entender como transformar salário CLT em PJ é essencial para garantir que o profissional receba um valor justo, compatível caso fosse atuar por carteira assinada.
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Como transformar salário CLT em PJ?
Para transformar salário CLT em PJ, é preciso usar o valor que seria pago a um profissional CLT como base para calcular o quanto cobrar como PJ.
Lembre-se que não basta apenas considerar a mesma remuneração de um profissional do regime CLT como pagamento para a pessoa jurídica, já que os trabalhadores CLT têm direitos e benefícios garantidos por lei.
Por isso, considerar apenas o valor do salário mensal de um CLT deixaria o prestador de serviços PJ no prejuízo.
Veja este exemplo considerando um pagamento mensal de R$3 mil. As contas para CLT e PJ seriam estas:
1. CLT
- Remuneração bruta anual: R$36.000,00
- Remuneração bruta mensal: R$3.000,00
- Descontos:
- INSS: R$253,41
- IRRF: isento
- Benefícios:
- Vale-alimentação: R$550,00
- Vale-refeição: R$110,00
- Vale-transporte: R$180,00
- Renda líquida: R$3.006,59
Além da remuneração mensal, o regime CLT garante ganhos indiretos:
- 1/12 avos de 13º salário: R$250,00
- 1/12 avos de férias + ⅓: R$333,33
- FGTS sobre salário, férias e 13º: R$286,67
- Total: R$870,00
Apesar disso, vale reforçar que estes valores acima são brutos, sem considerar a incidência de impostos como INSS e IRRF.
2. PJ
- Receita bruta anual: R$36.000,00
- Receita bruta mensal: R$3.000,00
- Recolhimentos legais:
- Simples Nacional: R$180,00
- Serviços de contabilidade: R$200,00
- 1/12 avos de taxa de fiscalização: R$18,89
- Lucro bruto: R$2.601,11
Aqui, é preciso destacar que os recolhimentos legais de uma pessoa jurídica podem variar ao converter salário CLT para PJ, dependendo do porte da empresa, o regime tributário escolhido, entre outros fatores.
Para fazer esse cálculo de forma simples, prática e rápida, use a Calculadora Salário CLT x PJ da Contabilizei!
Como chegar a um valor justo de remuneração de CLT para PJ?
Uma maneira de chegar a um valor justo de remuneração de CLT para PJ é acrescentar um percentual sobre o salário que está servindo como base. Por exemplo: 30%, 50%, entre outros.
Esse percentual adicional serve para compensar benefícios que o PJ não recebe automaticamente. Um exemplo é o cálculo proporcional de férias remuneradas:
- Divida o valor mensal por 12 (meses);
- Some 1/3 sobre essa média mensal.
Isso representa o adicional de férias que um CLT teria direito.
Esse percentual também pode levar em consideração outros benefícios, como 13º salário, fundo de garantia, vale-refeição, auxílio-transporte, entre outros.
Além disso, no momento de definir o valor a ser cobrado pelos seus serviços, também é preciso considerar as características e as necessidades da empresa, como custos com impostos, honorários de contabilidade, despesas com a operação, empregados, entre outros.
Essas despesas interferem no faturamento líquido que você terá ao fim de cada mês e, por isso, também precisam entrar na conta de como transformar salário CLT em PJ.
No exemplo que demos, apesar de CLT e PJ terem como base salarial o mesmo valor de R$3.000,00 ao final, eles têm remunerações líquidas diferentes, com uma perda de R$405,48 para a pessoa jurídica (PJ), sem considerar os ganhos mensais indiretos, como FGTS, 13º, etc.
Se está na dúvida do que fazer, consultar uma contabilidade de confiança, como a Contabilizei, te ajuda a tomar a melhor decisão para o seu negócio!
CLT ou PJ, O que é melhor? – Contabilizei Explica
O que é trabalhar em regime PJ?
Trabalhar em regime PJ significa firmar um contrato de prestação de serviços com outra empresa. Em outras palavras, trata-se de duas pessoas jurídicas que estabelecem uma relação comercial entre si.
Isso significa que, para trabalhar como prestador de serviço PJ, é preciso ter o seu próprio CNPJ. Ou seja, você deve abrir empresa, o que inclui etapas como:
- Definir qual será o seu modelo de negócio;
- Escolher que tipo de empresa será aberta. Por exemplo: MEI (Microempreendedor Individual), ME (Microempresa), EPP (Empresa de Pequeno Porte);
- Definir qual será a natureza jurídica da empresa. Por exemplo: SLU (Sociedade Limitada Unipessoal), LTDA (Sociedade Limitada), entre outros;
- Escolher o código CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas), ou seja, as atividades da empresa;
- Definir o regime tributário mais vantajoso para o negócio. As opções são: Simples Nacional, Lucro Presumido e Lucro Real.
A boa notícia é que você pode fazer tudo isso com a ajuda de um contador online, sem nem precisar sair de casa ou de seu escritório.
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Quais as diferenças entre regime PJ e CLT?
As principais diferenças entre o regime PJ e CLT são:
- Vínculo empregatício: no regime CLT, existe um contrato formal que cria um vínculo entre você e a empresa, garantindo direitos e impondo deveres definidos pela lei trabalhista. Já no regime PJ, esse vínculo não existe — ou seja, você é contratado como prestador de serviços e funciona, na prática, como uma “empresa de uma pessoa só”.
- Direitos trabalhistas: como CLT, você tem uma série de benefícios garantidos por lei, como férias remuneradas, 13º salário, FGTS, seguro-desemprego, licença-maternidade ou paternidade, entre outros. No PJ, esses direitos não são assegurados e qualquer benefício precisa ser negociado diretamente com o contratante.
- Carga horária e autonomia: quem é CLT geralmente cumpre um horário fixo e segue as orientações e hierarquia da empresa. Já o PJ tem mais liberdade para definir seus horários, organizar sua rotina e, em alguns casos, escolher de onde vai trabalhar. Tudo isso depende do que foi acordado no contrato.
- Renda líquida: no regime CLT, o salário vem com descontos de INSS e Imposto de Renda, o que reduz o valor líquido. No PJ, o valor recebido costuma ser maior, já que você negocia diretamente seus honorários. Porém, é preciso reservar parte desse dinheiro para pagar impostos e custos relacionados ao trabalho.
- Responsabilidade pelos encargos: como CLT, é o empregador que cuida do recolhimento dos impostos e encargos trabalhistas. No PJ, essa responsabilidade é totalmente sua. Por isso, é preciso emitir notas fiscais e pagar tributos como o INSS ou o DAS, no caso de MEI, além de manter as obrigações fiscais em dia.
A seguir, veja mais detalhes dessas duas formas de trabalhar.
1. CLT
A CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) é o regime jurídico que regula a relação entre empregadores e empregados com carteira assinada no Brasil. Ela garante uma série de direitos trabalhistas obrigatórios, como:
- Remuneração mínima a ser paga aos profissionais (salário mínimo);
- Férias anuais remuneradas;
- Décimo terceiro salário;
- Descanso semanal;
- Recolhimento da previdência social.
No regime CLT, o salário bruto sofre descontos obrigatórios, como o INSS e o Imposto de Renda (IRRF). Além disso, benefícios como vale-transporte (6%) e vale-refeição (até 20%) podem ser parcialmente descontados, conforme a política da empresa. Por isso, o valor final recebido (o salário líquido) costuma ser menor que o salário bruto.
Além disso, a CLT também define a regulamentação dos sindicatos, que são órgãos que visam proteger os trabalhadores de abusos por parte dos contratantes.
Com a modernização e flexibilização dessa lei, ela também passou a englobar definições sobre trabalho remoto, trabalho autônomo e jornada de trabalho intermitente.
É preciso destacar que, ao trabalhar sob esse regime, o empregado deve cumprir e seguir as normas e regras da empresa. Isso quer dizer, cumprir carga horária, trabalhar nos dias e horários determinados, somente folgar e/ou sair de férias quando permitido pelo empregador, entre outros fatores.
No regime CLT, caso um empregado seja demitido (sem justa causa), ele tem direito à indenização, saque do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e pagamento das verbas vencidas e/ou proporcionais, como férias e 13º salário.
Saiba mais neste vídeo preparado pelos nossos especialistas.
2. PJ
Trabalhar como PJ significa que você será dono da sua própria empresa. Para isso, é necessário abrir um CNPJ, que é o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica.
Na prática, isso significa que o profissional estará prestando serviços a outra empresa, mas não terá um vínculo empregatício como um profissional do regime CLT.
Por exemplo: ao trabalhar como PJ, não é necessário cumprir carga horária estabelecida pela empresa contratante, tampouco ser subordinado a ela.
Todas as regras a serem seguidas durante uma contratação PJ devem ser estabelecidas em um Contrato de Prestação de Serviços.
Nesse documento estarão firmados acordos como o tempo de prestação de serviço, meios de entrega do que está sendo contratado, forma de pagamento, remuneração, entre outros.
Entenda aqui como funciona o salário PJ.
Entre as vantagens de ser PJ, estão:
- Autonomia para definir sua própria rotina de trabalho, como horários, local de onde irá trabalhar, etc;
- Possibilidade de firmar contrato com mais de uma empresa ao mesmo tempo, elevando o faturamento;
- Possibilidade de redução de impostos, dependendo de fatores como: a atividade da empresa, regime tributário, entre outros;
Ambos os regimes têm prós e contras. Enquanto a CLT oferece mais segurança e benefícios fixos, o modelo PJ garante liberdade, autonomia e, em muitos casos, maior retorno financeiro. A escolha ideal depende do seu perfil profissional, objetivos de carreira e planejamento financeiro.
Por isso, é importante entender como transformar salário CLT em PJ. Assim, o profissional pode avaliar de forma mais completa qual regime é mais adequado e vantajoso para o seu trabalho, além de entender se vale a pena trocar CLT por PJ.
Leia também: CLT ou PJ: o que compensa mais?
Por que PJ ganha mais?
De modo geral, o PJ ganha mais que o CLT porque ele tem liberdade de definir o valor dos seus serviços, acordando diretamente com o contratante quanto deseja receber por eles.
Outra razão pela qual o PJ costuma ganhar mais que o CLT é que, por não ter vínculo empregatício, a pessoa jurídica pode trabalhar para várias empresas e pessoas físicas ao mesmo tempo, aumentando o seu faturamento mensal e anual.
O que preciso para ser um PJ?
Para ser um PJ é preciso abrir empresa, ou seja, obter um CNPJ.
Confira todos os detalhes no nosso artigo “Como abrir uma empresa: o passo a passo completo”!
É possível ser CLT e PJ ao mesmo tempo?
Sim, é possível ser CLT e PJ ao mesmo tempo, desde que não seja na mesma empresa. No entanto, é importante considerar alguns fatores legais antes de seguir nesse caminho.
É necessário analisar o contrato de trabalho porque, dependendo da atividade exercida, o empregador pode vetar a participação dos seus colaboradores em outras companhias, sob o risco de demissão por justa causa.
O mesmo vale se houver descumprimento do artigo 482, alínea “c” da CLT, que diz:
“Art. 482 – Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador:
c) negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do empregador, e quando constituir ato de concorrência à empresa para a qual trabalha o empregado, ou for prejudicial ao serviço”.
Em outras palavras, isso quer dizer que o colaborador não pode prestar serviços como autônomo e/ou abrir uma empresa que seja concorrente a que trabalha como CLT.
Vale destacar também que servidores públicos não podem ter participação em empresas privadas, conforme determina a lei 8.112/90:
“Art. 117. Ao servidor é proibido:
X – participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário”.
Como organizar as finanças e não misturar gastos CNPJ com gastos pessoais?
Agora que você já sabe como transformar o salário CLT em PJ, é hora de se atentar a um ponto crucial para o sucesso da sua jornada como pessoa jurídica: organizar as finanças e não misturar o dinheiro do CNPJ com o seu pessoal.
Manter a saúde financeira do seu negócio começa com uma regra básica: nunca misture suas contas pessoais com as da empresa.
Fazer essa separação permite que você:
- Enxergue claramente o lucro real do seu negócio;
- Saiba quanto precisa manter no caixa para despesas fixas;
- Defina com segurança o valor que pode retirar como pró-labore ou distribuição de lucros.
Por isso, abrir uma conta digital PJ é uma das melhores e mais indicadas maneiras de organizar as suas finanças. Você sabia que a Contabilizei ajuda você tanto na abertura do seu CNPJ quanto a ter uma conta digital para pessoa jurídica?
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Escrito por:
Charles Gularte
Contador técnico e responsável na Contabilizei. Charles Gularte é vice-presidente de Operações da Contabilizei desde 2015, responsável técnico da empresa e contador há mais de 20 anos (CRC PR-045113/O-7). Atualmente é líder do maior time de contadores certificados do Brasil, onde garante um modelo operacional escalável e sustentável, que entrega serviço, atendimento e suporte com excelência a mais de 70 mil micros e pequenos empreendedores. Formado em Ciências Contábeis pela FAE Centro Universitário e com MBA em Gestão Empresarial, Administração e Negócios pela FGV, iniciou a carreira em um escritório de contabilidade e seguiu para o mundo corporativo, onde é referência profissional quando se trata de uma rotina contábil segura, transparente e confiável no país.